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Capítulo 12- Romance Luiz e Luica

9 de outubro - 19h33

Capítulo 12- 

 

" Foi um dia de festa. Minha sogra, minha mãe e Alceu nos esperavam felizes, e foi somente nesse dia que meu marido foi comprar o berço.

Indicado por meu médico obstetra, Dr.Quintino, médico de confiança da família há muitos anos, marcamos uma consulta para o dia seguinte com um pediatra especialista em prematuros, a fim de que nos orientasse a melhor maneira para criá-lo.

Ao examiná-lo , nada notou de anormal, naquela época não tinha tantos exames que hoje são feitos até dentro do útero materno; dizendo-nos apenas, que ele era prematuro de peso e que não tinha ainda anticorpos necessários no organismo. Somente por isso, deveríamos ter certos cuidados e precauções, evitando que pudesse adquirir qualquer doença, pois poderia lhe ser prejudicial, para tanto, deveríamos deixá-lo em quarto bem arejado e que somente fosse cuidado por mim ou meu marido.

Alguns dias após esse acontecimento, minha sogra que já se encontrava doente, veio a falecer. Outra perda de grande significado em nossas vidas. Nossa família se resumia agora, em nós quatro, minha mãe e o grande amigo Alceu.

Quanto ao nosso filho, tudo fizemos como nos fora recomendado.

Eu dormia com Luizinho a fim que pudesse atendê-lo durante as noites, e o Luiz Antonio ficava com INABEL, mas quando ele chorava todos se levantavam e cada um fazia alguma coisa.

Como assim não poderia continuar, eu e meu marido resolvemos nos revesar, mas de nada adiantou, continuávamos os dois a atendê-lo, da mesma forma que fazíamos com INABEL.

Ele se alimentava de 2 em 2 horas, durante as 24 horas. Era muito exaustivo !

Mas não nos abatíamos com o cansaço, porque apreciávamos o seu desenvolvimento. No sétimo mês, o pediatra me disse que dali para frente, Luizinho estava apto a levar uma vida normal.

Poderia passear conosco e passou a ser membro integrante em nossa família. Luiz Antonio e Alceu haviam adquirido uma casa na Praia Grande, no Balneário Flórida, e para lá íamos de vez em quando, o que achávamos que o ar puro só iria beneficiar nosso filho.

Voltamos a ter uma vida normal, com muitas alegrias e sem preocupações. Mensalmente nós o levávamos ao pediatra e o mesmo ficava feliz com sua evolução. Era uma criança gordinha e até bem bonitinha.

Com 10 meses, pudemos observar alguma coisa de anormal em seu comportamento. Fragilidade física, não conseguia se equilibrar, sempre com o pescoço caído, movimentando desconexamente suas mãozinhas e pézinhos. Percebíamos que parentes e conhecidos observavam essas reações, mas com receio de nos magoar, nenhum comentário faziam conosco. Em geral, uma criança nessa faixa de idade, já nota alguma coisa a seu redor, interage, e ele parecia estar alheio a tudo. Eu e o Luiz começamos a nos preocupar.

Fizemos tal comentário com o pediatra e o mesmo nos acalmou, dizendo-nos que ainda eram problemas de sua prematuridade, e que se alguma coisa houvesse de anormal, ele seria o primeiro a nos avisar.

Mais dois meses se passaram, e durante esse tempo, nossas preocupações aumentaram, pois nem sentar na cama o Luizinho não fazia. Colocávamos os mais variados e estridentes brinquedos ao seu redor, e ele continuava alheio a tudo, sempre mexendo desordenadamente suas mãozinhas e pézinhos e às vezes, mesmo sem barulho algum, parecia levar sustos, estremecia seu corpinho, parecendo levar um choque ou picada de agulha.

Apesar disso era uma criança calma, não chorava, não berrava, dava a nítida impressão de docilidade, não emitia som algum, e onde o colocávamos ele ficava horas e horas, sem reclamar.

E assim completou seu primeiro aninho, não demonstrava sentimento algum. Olhava estático o bolo. Parecia nada entender.

Foi aí, o próprio pediatra que o tratava, demonstrou sua preocupação, e nos encaminhou a um famoso neuro pediatra de nossa capital, por sinal, professor de uma faculdade. Com alguma dificuldade, conseguimos um horário com tal famoso médico.

No dia marcado, levamos nosso filho. Ele fez um exame que para nós, leigos no assunto, pareceu-nos bastante supercial.

Mandou que sua enfermeira levasse nosso filho a uma sala ao lado e pediu para conversar conosco. Primeiro nos fez uma série enorme de perguntas, sobre nosso estado de saúde, se tínhamos doenças no passado, afinal, perguntas que outros médicos, como de praxe, sempre nos fizeram. "

 

Continua no próximo dia ...

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