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Capítulo 21- Romance Luiz e Luica

10 de março - 00h27

Capítulo 21-

 

" Já plenamente recuperada, todos felizes, achamos por bem ( em conselho de família, método que passamos a adotar ), vender aquela casa , localizada no bairro de Moema, bairro nobre em São Paulo, que nos trazia tristes recordações e mudamos para um apartamento amplo em outro bairro, nos Jardins, também zona nobre da Capital.

Quero ainda enfatizar aqui, uma mensagem a algumas mães de crianças iguais ao meu filho, de que não tenham experiências como as minhas. Rejeição e medo são sensações normais inerentes a todo ser humano, quando enfrentam um problema dessa natureza. A fuga não é um caminho certo, pois de nada me adiantou refugiar-me no vício. A partir do momento que você passa a encarar o problema como uma coisa normal ( reconheço ser difícil ), torna-se mais fácil conviver com os mesmos e somente assim, naturalmente, sem bloqueios, poderão suportar a realidade.

No fundo, sem que que eu soubesse, rejeitava e não aceitava a tarefa de suportar o fato de ter um filho problemático.

Adorar e amar um filho e ao mesmo tempo não aceitar a verdade que nos é imposta, é uma válvula de escape. Devemos sim, assumir todas as consequências sem usar subterfúgios que possam nos desviar do caminho correto.

A minha entrada no vício representou simplesmente uma forma mais cômoda, pois queria parecer-me anestesiada e não sentir dores, angústias, nem sofrimentos e quando o tempo passasse, eu pudesse voltar com o problema já resolvido. Não tive estrutura para enfrentar o meu problema.

Na época não tive a coragem de assumir. Me acovardei.

Agi por impulsos e não pela razão. Deveria meditar, procurar melhor me orientar com pessoas devidamente competentes, não me deixando levar ao desespero ao primeiro diagnóstico dado.

O inicial impulso de uma pessoa que não admite ouvir talvez uma verdade, é se rebelar com aquele que a dirigiu, e através daquela falta de psicologia daquele médico neuro-pediatra, eu desencadeei injustamente uma revolta contra toda uma classe e isto durou anos.

Hoje não sou contra os médicos, não guardo mágoas e nem rancores, acho apenas que se eu analisasse friamente o que me falaram naquele dia, as circunstâncias, a personalidade, o seu ser, a sua maneira de dar o diagnóstico, os motivos e até o possível erro que pudesse ter cometido, não teria tido minha vida consequências tão drásticas. Me orgulho da medicina e nossa filha INABEL , desde os 8 anos de idade, demonstra uma vontade ferrenha em tornar-se médica. Profissão que erradamente critiquei por longos anos.

Atualmente minha filha é uma candidata a essa universidade, e quando isto se tornar realidade, me sentirei muito feliz.

No íntimo tenho novamente a coragem de confessar, que a maior culpada de tudo que aconteceu, fui eu.

Apesar de tudo , não me envergonho e que minhas palavras sirval de alerta a muitas mães.

Continuamos nossas vidas agora normalmente e Luizinho já com 4 anos. Somente com esta idade é que percebemos que o mesmo vibrou, sentiu e conseguiu compreender o motivo da pequena festinha que fizemos para ele, em seu aniversário.

Logo após, engravidei novamente.. Gravidez esta que não foi normal e ao nascer também prematuramente, perdemos nossa filha SVANIA, depois de 7 horas do parto.

É , nossa vida tinha muitos problemas, mas ainda falo o que sempre nos salvou e nos fez suportá-los, era o nosso grande AMOR que tínhamos entre os quatro.

O tempo corria e em determinada época, embora não mais tivéssemos algum problema, um casal de primos nos inscreveu, sem que soubéssemos , para participarmos de um movimento cristão, ou seja, Encontro de Casais com Cristo. Não sabíamos do que se tratava, mas por curiosidade e sentindo um bom momento para uma parada, uma reflexão, aceitamos tal convite, oficializado por um casal chamado Paulo e Irene. "

 

Continua nos próximos dias...

 

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