LIVRO

ROMANCE LUIZ E LUICA

2 de maio - 17h11

Aqui inicio o livro / romance de LUIZ e LUICA :

 

A história é toda contada em primeira pessoa, por minha mãe, Luiza Catarina, apelido LUICA.

Por esse motivo, coloco sua fala entre aspas.

 

Capítulo 1 :

Corria o mês de dezembro de 1954. Ao entardecer, uma menina de treze anos de idade, sonhadora e em toda plenitude de sua adolescência, andava numa praia , solitária.

Olhando o por do sol, quando o céu com todo seu esplendor assumia a cor avermelhada, rabiscava na areia úmida, frases e versos que as ondas do mar levavam. Essa menina, era simplesmente LUICA.

" Enebriada em meus sonhos e castelos, ouvindo o barulho do mar, chutando as pequenas ondas que em meus pés batiam, de repente vi  ao longe outra figura solitária. Aos poucos ele foi se aproximando, nos entreolhamos, sorrimos um para o outro, e ficou apenas num aceno de mão.

 Não sei porquê, aquele rapaz magro e de feições tão jovens como as minhas, me chamou a atenção. Voltei para casa radiante e o príncipe dos meus sonhos, tomava forma naquele jovem.

Naquela noite, vendo as estrelas, imaginava-me morena, pequena, frágil até demais, cabelos curtos, sobrancelhas cerradas, vestindo uma calça jeans velha, arregaçada até o joelho, e descalça, pudesse chamar a atenção de alguém.

Os dias se transcorreram e com eles, novos olhares, novos sorrisos, novos acenos. Nada parecia passar disso . Qual não foi a minha surpresa, quando na véspera de minhas férias acabarem, o jovem veio falar comigo.

Muito tímido a princípio, perguntou meu nome, onde morava e eu toda nervosa, com as mãos transpirando, mal conseguia responder.

Ele tinha somente 17 anos, e chamava-se Luiz Antonio, a única coisa que consegui ouvir. Sentamos num toco de árvore e aos poucos , nossa conversa foi crescendo, tomando formas íntimas e claramente sinceras. Sem que percebêssemos, estávamos sonhando juntos e em voz alta, um futuro feliz.

Ali mesmo, ele me disse que um dia nos casaríamos, e como gostava muito de criança, planejamos o nome do nosso primeiro filho e por incrível que pareça, tínhamos a absoluta certeza que seria uma menina.

Rindo e brincando , perguntamos um ao outro o nome de nossas mães e tentamos uní-los para darmos o nome a nossa filha. Era um tando difícil, pois ambas tinham nomes completamente diferentes a uma junção, ou seja, UMBÉLIA e HINA. Rimos muito, pois só conseguimos Umbelina, Belina e assim por diante. Resolvemos invertê-los e surgiu INABEL.

Foi uma das tardes mais felizes da minha vida, jamais a esqueci, embora o Luiz Antonio me contou que um amigo lhe dissera que " amor de praia a onda leva e não sobe a serra ", mas como em todas as regras existem as exceções. Deus fez com que as marés não subissem , atingindo aquele amor que começava e também subiu a serra.

Em maio de 1955, conseguimos nos reecontrar, e finalmente iniciamos nosso namoro, passando ele a frequentar minha casa. Ele já queria casar, embora fosse um simples office-boy de um banco e eu cursava o ginásio. Meu pai, inteligente como era, não se opôs ao namoro e não nos levando muito a sério, nos dizia que um dia poderíamos nos casar, mas ambos tínhamos que completar os estudos e nos fazer na vida. Logo em seguida, conheci a família do Luiz Antonio e iniciou-se uma amizade mais sólida entre nossas famílias. Luiz Antonio era órfão de pai desde os seus 2 anos de idade. Nosso namoro foi normal, igual a tantos outros. Brigas, ciúmes, passeios, bailes,etc.

Com tudo isso, 7 anos se passaram. Afinal, consegui me formar na escola normal e o Luiz Antonio já era procurador do Banco que trabalhava. Em setembro de 1961, o grande sonho de nossas vidas se tornava uma realidade , com uma grande festa, com muitos sorrisos, sem lágrimas, eu e Luiz Antonio , perante o altar, juramos nos amar e respeitar até que a morte nos separe, e acredito até na eternidade, até em outras vidas ..."

Continua o segundo capítulo nas próximas edições.

Não percam !

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