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CAPÍTULO 18 - ROMANCE LUIZ E LUICA

2 de maio - 17h02

" Minha mãe também nos ajudava com os afazeres domésticos.

Eu costumava não dormir em hipótese alguma, e como ficava durante o dia sem ter com quem conversar, obrigava Luiz Antonio a fazer isto madrugada adentro.

Falava de tudo, do medo que eu sentia, voltava à minha infância, quase que obrigando-o a encontrar uma rápida solução. Isto fazia todas as noites, prejudicando-o em seu sono, sem me preocupar com sua vida profissional que teria que enfrentar no dia seguinte. E ela teria que ser dinâmica e ativa. 

Mas eu pouco me importava.

Não sabia naqueles momentos o que realmente me atormentava, achava-me confusa, com ideias absurdas, odiava a tudo e a todos. Durante essa fase eu havia abandonado o trabalho com o Luizinho. Meu marido atônito, para que não entrasse também dentro de minha confusão , adquiriu alguns livros de psiquiatria, psicanálise e outros do gênero.

Dessa forma, buscava ele, respostas ao que presenciava.

Essas leituras, que por sinal me irritavam, foram de grande utilidade para o mesmo. Eu me encontrava em total prostração. Tentava dormir, não conseguia, queria alguma coisa e não sabia o quê. Queria falar, mas cansava-me.

Queria ouvir alguma coisa, mas me enervava.

Nas madrugadas, quando eu estava na fase de excitação, limpava a casa , lavava roupa, fazia barulho com máquina de lavar, aspirador de pó, não deixando que Luiz Antonio, INABEL e até Luizinho, descansarem.

INABEL ia à escola completamente desgastada e cansada, e mesmo assim era excelente aluna. Até parecia que se afundava nos estudos, o dia todo, para fugir dos problemas.

Luiz Antonio, às vezes, colocava músicas clássicas ou populares, eu agressiva pedia que desligasse. Ao mesmo tempo queria sumir, me internar em alguma clínica para não ver mais ninguém, ao mesmo tempo tinha medo em ficar solitária.

Parecia um pesadelo, minha aparência física estava horrível.

Cabelos emaranhados, suja, sem banho e às vezes que o tomava, meu marido me levava quase carregada ao banheiro, porque minha falta de vontade e as poucas forças que eu possuía, impediam-me de fazê-lo sozinha. Eu meiga, com educação e que nunca pronunciava uma palavra de baixo calão, comecei a usar palavrões, fosse quem fosse que estivesse em minha presença. "

 

Continua nos próximos dias ...

 

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