" Fizemos o referido encontro de casais, embora eu lá chegando ainda dentro do meu egocentrismo total, jurando que ninguém em hipótese alguma saberia quem eu era e o que tinha feito de errado em minha vida. Para minha surpresa, minha maneira de pensar foi se modificando no decorrer daqueles maravilhosos dias, manifestando desejos de falar.
Após 2 meses, eu e Luiz Antonio coeçamos a dar nosso testemunho de vida, até para ajudarmos outras pessoas com seu problemas e onde somos simplesmente chamados de Luiz e Luica.
Passei a dar também juntamente com INABEL palestras para jovens da faixa etária de 15 a 21 anos, em colégios e outras comunidades, como um protesto contra o tóxico, alertando-os para os perigos das drogas e alcoolismo.
Nesse ínterim, minha visão tornou a piorar bastante, passando minhas atitudes a serem limitadas. Sozinha não mais saía de casa, se antes eu guiava minha filha, daí para frente passei a ser guiada por ela. Ao mesmo tempo, Alceu, nosso querido amigo que tudo acompanhou, por motivos alheios à nossa vontade, afastou-se de nossa casa e nunca mais o vimos, deixando-nos saudades.
Por tudo que nos fez de bom, por isso vai aqui nosso respeito, nosso amor a esse homem maravilhoso.
Pouco tempo depois, contratei uma babá para o Luizinho. Até que demorou a acontecer isso !
Percebemos suas atitudes compreensivas em relação a ele, sem nada nos perguntar. Assustada e ainda desconfiada de todos e recém chegada da Bahia, notamos qualidades diferenciadas na referida moça.
Luizinho apegou-se muito a ela logo de início. Brincava com ela. Aos poucos, ela foi demonstrando um grande carinho por ele, que muito nos cativou. Com isso conquistou-nos. Conforme os dias corriam, passamos a gostar tanto dela e sem que percebêssemos estávamos também substituindo seus adorados pais, que estavam tão distantes, e dali para frente ganhamos nossa terceira filha, que graças a Deus nos acompanhou por muito tempo. Aquela que entrou como babá foi nossa querida filha por afinidade, e todos nós a adorávamos. Seu nome é Neide. Ela todos os anos visitava seus pais verdadeiros e nos correspondíamos muito e assim surgiu também uma grande amizade entre nós e Ostelino e Dalila.
Luizinho não tivera mais tratamento algum. Aos 5 anos, o colocamos em uma escolinha, mas como não sabia brincar com outras crianças, lá não se adaptou. Com 6 anos, o colocamos em uma escola maior, mas o resultado foi o mesmo.
Resolvemos então levá-lo a um pediatra depois de muito tempo. Examinou-o, pediu outra série de exames, inclusive eletrocardiograma e como de nada anormal encontrasse, achou que seu problema seria apenas o de sociabilização, sugerindo-nos uma mudança para uma cidade menor, poderia ser até litorânea, e resolvemos mudar para Santos. Nessa cidade teria mais espaço para brincar ao ar livre, maior qualidade de vida, ar, muito sol, e devido às características da cidade, poderia fazer amizades com mais facilidade.
Realmente, tudo estava dando certo, inclusive meu marido conseguiu sua transferência para a mesma cidade, passando a representar o departamento de corretagem da empresa que já trabalhava há muitos anos, em todo o Litoral Paulista. "
Continua nos próximos dias...
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