Minha mãe fazia seu tratamento direitinho, e eu continuava na minha vida.
Havia trancado a matrícula da faculdade de Psicologia no terceiro ano, pois não estava conseguindo conciliar o trabalho no banco, o dia inteiro, em Moema e o estudo à noite, em São Bernardo do Campo.
Em 1985, num curso do Banco Nacional, conheci meu futuro marido.
Namoramos por 11 meses e resolvemos nos casar. Essa notícia foi meio um golpe duro para meus pais, pois minha mãe ainda estava doente e minha ausência poderia piorar a situação.
Mas eu queria seguir minha vida e meu pai tocou a vida dele, com minha mãe e Luizinho, como sempre.
Casei-me e fomos morar num apartamento no bairro da Vila Mariana, os dois trabalhando no Banco Nacional.
Após um ano de casada, resolvi sair do banco e fui ajudar meu marido em sua locadora de fitas para vídeo. O meu marido também resolvei sair do banco, alguns meses depois de mim.
Só que sofri um assalto na locadora, fiquei extremamente traumatizada e não queria trabalhar mais. Tinha medo de sair de casa, em São Paulo, e passava os dias na casa da minha mãe, que já estava bem recuperada do câncer.
E o mais interessante é que depois que casei, que saí de casa, passei a ter um relacionamento muito melhor com meus pais, principalmente com minha mãe.
Passei a aceitar a sua doença , a acompanhá-la em seus médicos, dei maior atenção a ela.
Acho que a partir que vamos amadurecendo, vamos aceitando mais a nossa realidade.
Só que após o assalto na locadora, meu marido quis mudar-se de São Paulo e nos mudamos para Promissão, cidade onde sua mãe nasceu e onde morou muitos anos com a avó.
Outro baque para meus pais, que eram muito ligados a mim, eu ficaria longe deles, a uma distância de mais de 500 km.
Agora, vocês podem imaginar como foi difícil para mim adaptar-me a uma cidade pequena do interior de SP. Nada contra a cidade, mas para mim que sempre morei em cidades grandes, cosmopolitas, como São Paulo, capital, Nova Iorque, teria que me adaptar .
Morar lá foi mais uma experiência, sentia muitas saudades de minha família, trocávamos cartas toda semana. Naquela época ainda não tínhamos acesso a computador, celulares. Só telefone, o que era muito caro falarmos todos os dias. O famoso interurbano rsrsrsrs.
Interessante que nesse ano que morei lá, engravidei e tive minha filha Camila. Foi uma gravidez tranquila, saudável, eu me alimentava muito bem, tudo muito fresco, colhia verduras da horta.
Foi um ano para ter minha filha, só que após seu nascimento, me sentia muito sozinha lá, queria estar com meus pais, meu irmão, e sentia falta da minha independência de quando trabalhava no banco.
Tanto perturbei meu marido, que consegui voltar para o Banco Nacional, voltei para SP, na frente , com minha filha e meu marido voltou depois.
Alegria infinita para minha família que fiquei hospedada na casa dos meus pais. Eles ficavam com Camila, enquanto eu trabalhava.
Camila era uma bênção para eles, e minha mãe estava praticamente curada, fazia apenas um tratamento para que a doença não voltasse.
Todos estávamos muito felizes ! E três meses depois , meu marido, veio também para SP e conseguiu também retornar ao seu trabalho no Banco Nacional.
Eu agradecia a Deus e sentia que éramos um casal abençoado, que na epóca , em 1989, mais ou menos, emprego já era difícil e era governo Collor.
Mas, ficamos com meus pais por aproximadamente um ano e necessitávamos voltar a ter a nossa própria casa, o nosso lar.
Meu marido não gostava de SP, capital, eu não queria voltar para o interior, e sugeri que voltássemos para Santos, lugar onde morei anteriormente com meus pais e que gostava muito. Uma cidade litorânea, com praia, que amo, cidade pequena, mas que em tudo que uma cidade grande pode proporcionar. Uma cidade com muito lazer !
Nos mudamos para Santos, e mais uma vez me separei dos meus pais.
Pedimos transferência de agência para o Banco; eu fui trabalhar num posto bancário em Cubatão, cidade próxima a Santos e o marido no ABC Paulista. Ele subia e descia a serra todos os dias.
Prosperávamos a cada dia, éramos funcionários dedicados e responsáveis, minha filha Camila se adaptava muito bem na escolinha.
Mas a saudade apertou novamente e meus pais, com Luizinho, resolveram também mudar-se para Santos.
Era pura alegria !
Continua nos próximos dias...
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